Galo de Barcelos |
Colombo para dominar o
Novo Mundo teve que inventar uma história de colocar o ovo em pé. Um tal truque
barato de colocar o ovo como não se deve. Um truque de mal gosto que ao invés de
encantar, assusta a criança. O ovo em cima de uma tábua fica deitado não é
atoa, é que ele caminha a rolar. O ovo imóvel torna o Novo Mundo em Velho. O
ovo imóvel é um caduco mundo.
Essa história de ovo
não falta pinto no meio. É história mesmo de velho safado. Digo mais: é coisa
de gente mal resolvida. Toda violência desse caso, toda violência ao casto,
tudo, tudo, tudo com agressão ao pueril. Veio armado de espingardas e espadas,
exterminando as aldeias de matas virgens. Até a galinha que trouxe furava os seus
ovos.
Das pessoas envolvidas,
escravos dos desejos de uma mente poluída. O que mais procurou foi prostitutas
para mandar a ilha da fantasia. Hoje somos todos comprovadamente filhos da puta,
mas antes existiram amazonas. Dentro do galinheiro só um galo mandou. Dentro do
galinheiro não passavam baratas, pois antes comia. Dentro do galinheiro tudo
fedeu a secreção.
Quando por imposição
chegou aqui, cantando de galo, não honrou nem o bicho que anuncia o nascer do
sol. O galo só cantava na madrugada, perturbando o sono da boa gente. O galo é
um bicho difícil de criar, briguento, barulhento, não bota ovo, mas quer mandar
em todo terreiro. O pior galo, todos sabem, que é o galo branco de granja. O
pior galo é fácil de notar, todo branco e de coroa vermelha.
Acorda Brasil. Pouco
importa quem nasceu primeiro, o ovo, a galinha ou o galo. É certo que houve ave
doméstica que chegou aqui transgênica, ave de granja, mas também se chegou
galinha autêntica da Angola e tudo se misturou. E hoje não mais se sabe em um
ritual da Umbanda qual galinha realmente esta sendo sacrificada.
Disse também o galego, É tão certo eu estar
inocente, como certo é esse galo cantar quando me enforcarem.
Darlon silva,
poeta.
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