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quarta-feira, 28 de abril de 2010

Memória LGBT em centro de documentação

Primeiro Centro de Documentação LGBT


Iniciativa cultural foi premiada no Concurso Público LGBT 2009

As histórias de luta do segmento LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) podem ser encontradas no único Centro de Documentação existente no país. Por iniciativa da ONG Grupo Dignidade do Paraná e com o apoio do Ministério da Cultura, por meio da Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural, foi criado, em 2007, na cidade de Curitiba, no Paraná, o Centro de Documentação Professor Dr. Luiz Mott (Cedoc).

O Centro, que foi batizado com o nome de um dos principais líderes e pioneiros do movimento da comunidade LGBT no Brasil, o professor e antropólogo baiano, Luiz Mott, surgiu com o objetivo de preservar e divulgar as produções artísticas e literárias do segmento do Paraná e todo o país.

O Cedoc, uma das iniciativas premiadas no Prêmio Cultural LGBT 2009, contém um acervo considerável e digitalizado, com mais de 2 mil arquivos, sobre a temática LGBT, incluindo material de produção acadêmica (teses, dissertações, monografias e artigos) livros, vídeos, fotografias, periódicos, recortes de jornais, revistas, DVD e fotografias que contam parte da história do Grupo Dignidade e do Movimento LGBT no Brasil.

Jornal histórico do segmento
Do acervo também consta a coleção completa do primeiro jornal direcionado ao público LGBT brasileiro, o Lampião da Esquina, que circulou de 1978 a 1981. No dia 9 de abril deste ano, foi feito, em Curitiba, o lançamento da coleção completa das 41 edições do jornal, restaurada e digitalizada. O Lampião da Esquina circulou, em plena ditadura militar, com suas publicações dirigidas à população de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT).

Agora, o material considerado marco importante na abertura política no Brasil, está disponibilizado, para consulta, no Centro de Documentação Professor Dr. Luiz Mott. O periódico teve uma edição de lançamento, 37 edições sequenciais e mais três edições extras.

Para Toni Reis, presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) é fundamental a preservação da memória da cultura LGBT. “Nós temos muito a aprender com a nossa própria história”, assegura ele.

De acordo com ele, a criação de centros de documentação, como o Cedoc de Curitiba, contribui para uma maior conscientização sobre o respeito ao direito e à livre orientação e expressão sexual. “Eles possibilitam o acesso à parte da história do movimento LGBT brasileiro, à produção acadêmica sobre a temática do segmento e à literatura específica sobre o assunto”, cita Reis.

O Centro de Documentação Professor Dr. Luiz Mott, é utilizado, principalmente, por jovens estudantes desempenhando, dessa forma, um papel educativo e de desmistificação da questão LGBT. “Isso contribui para que as novas gerações tenham mais respeito em relação ao segmento”, aposta o presidente da ABGLT.

Ricardo Lima, Diretor de Monitoramento de Política da Diversidade e Identidade da SID/MinC, acredita que o Cedoc é um referencial para toda a comunidade LGBT, por ser um Centro de valorização da memória. “E a memória é a tua história. Uma forma de organizar o seu passado, o que denota o sentimento de pertencimento”. Para Lima, que esteve presente na cerimônia de lançamento da edição restaurada do jornal Lampião da Esquina, o segmento, que até hoje sofre com o preconceito, deve ter orgulho da sua história que está sendo preservada no Centro de Documentação. Ele informou, ainda, que a SID apoiará a criação de outros Centros de Memória do segmento em outras localidades do país.

O Homenageado
Para o homenageado com a criação do Centro de Documentação, o pesquisador, historiador e professor titular de antropologia da Universidade Federal da Bahia, Luiz Mott, “o Cedoc representa uma grande iniciativa para preservar a memória de um grupo social cuja história foi destruída, queimada e negada durante séculos”. Segundo Mott, a iniciativa, de criar um Centro de Documentação sobre o movimento LGBT, deve ser seguida e repetida nas principais capitais das cinco macrorregiões brasileiras.

O antropólogo cita, como exemplo, os casos do Grupo Gay da Bahia, fundado por ele em 1980, que conserva uma grande quantidade de manuscritos e manifestos do segmento LGBT da Bahia, e da Universidade de Campinas, onde também são arquivados, desde 1980, documentos sobre o movimento.

Sobre a homenagem, ainda em vida, Luiz Mott, que está com 74 anos, disse se sentir muito feliz. “Como decano do movimento, ativo na luta há 30 anos, quero continuar contribuindo com o envio de teses e dissertações para enriquecer mais ainda o arquivo do Cedoc”, afirma o professor baiano.

O Centro de Documentação Professor Dr. Luiz Mott (CEDOC), fica no Centro de Curitiba (Av. Mal. Floriano Peixoto, 366) e funciona de segunda a sexta das 10 às 18 horas. Parte do acervo do Cedoc está disponível para consulta on-line no endereço eletrônico www.grupodignidade. org.br/cedoc.

(Heli Espíndola-Comunicação/SID)

Fotos: CEDOC

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