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sábado, 19 de outubro de 2013

Homenagem aos 100 anos de Vinicius, o poetinha



                                                             Poema dos olhos da amada

 Vinicius de Moraes


Oh, minha amada

Que os olhos teus

São cais noturnos



Cheios de adeus

São docas mansas

Trilhando luzes
Que brilham longe
Longe nos breus

Oh, minha amada 

Que olhos os teus

Quanto mistério 

Nos olhos teus

Quantos saveiros 

Quantos navios
Quantos naufrágios 
Nos olhos teus

Oh, minha amada 

Que olhos os teus

Se Deus houvera 

Fizera-os Deus

Pois não os fizera

Quem não soubera 
Que há muitas eras 
Nos olhos teus

Ah, minha amada 

De olhos ateus

Cria a esperança 

Nos olhos meus 

De verem um dia 

O olhar mendigo 
Da poesia
Nos olhos teus



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