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terça-feira, 30 de junho de 2009

Luis Mott quer que Lula fale a palavra homossexual em discurso




SALVADOR - O fundador do Grupo Gay da Bahia (GGB), antropólogo Luiz Mott cobrou nesta quinta-feira, dia 28, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva uma atuação mais efetiva do governo federal na prevenção e combate a crimes contra homossexuais no Brasil.
“Não basta essa administração ter lançado há dois anos o programa Brasil sem Homofobia, pois os crimes contra os homossexuais estão aumentando de forma incontrolável”, disse, informando que, de acordo com levantamento do GGB, já foram assassinados no País 65 travestis e gays nos primeiros seis meses do ano. Ele fez as declarações a propósito do “Dia mundial do orgulho gay”, comemorado hoje.





Mott classificou de “absurdo” o fato de o presidente Lula nunca ter “ousado” falar nos seus discursos públicos a palavra “homossexual” desde que tomou posse no seu primeiro mandato. “O presidente tem que usar a rede nacional de comunicação e mobilizar sua frente parlamentar para dizer a todos brasileiros: homossexual também é ser humano, a polícia tem que investigar e a justiça sentenciar exemplarmente esses crimes”, reclamou, lembrando que nos últimos anos mais de cem gays brasileiros obtiveram asilo político na Europa, Estados Unidos e Canadá para fugir das ameaças, e assinalou de pouco adiantar o Brasil se “vangloriar” de ter a maior parada-gay do mundo se continua liderando as estatísticas de crimes contra homossexuais.





O GGB defende a aprovação no Senado de uma lei que equipare a homofobia com o crime de racismo. “Se isso não ocorrer os gays continuarão a ser cidadãos de segunda categoria”, acredita.
De acordo com as estatísticas do GGB no ano passado foram assassinados no Brasil 88 homossexuais, “sendo 61% gays, 37% travestis e 2% lésbicas”. A entidade documentou entre 1980 e 2007 um total de 2745 homicídios de homossexuais, uma média de duas execuções por semana. As informações são coletadas nos meios de comunicação. “Como não há estatísticas oficiais da polícia e das Secretarias de Segurança Pública, nos baseamos nas notícias de jornal e da Internet, dados incompletos e muito aquém da realidade", disse Mott explicando que a região Nordeste é onde ocorrem mais casos de violência homofóbica: 43%, dos crimes, enquanto no Sudeste, foram cometidos 14%.





Informou ainda que 15% das vítimas tinham menos de 20 anos, e 8% pertenciam a terceira idade. Conforme a pesquisa apenas um quarto dos assassinos foram identificados nas noticias de jornal. Desses, 43% tinham menos de 20 anos, predominando motoqueiros, clientes das travestis, garotos de programa, segurança e policiais.




Biaggio Talento, Agência A TARDE

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