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sexta-feira, 14 de maio de 2010

Ainda somos escravas. Abolição para quem cara pálida?



Um dia após a libertação de todos os escravos e escravas, éramos todos fugitivos ou ladrões. Criminosos em fuga, fugindo do peso da sua própria liberdade. Mais de cento e vinte anos depois, continuamos configuradamente a margem dessa sociedade que foi um dos paises que derradeiramente "libertou" o povo que o construiu.

E que liberdade! Assistimos embasbacadamente o noticiário na tv, percebemos o retorno aos primórdios. Uma loucura massiva em busca do poder pelo poder, homens e mulheres se misturam reproduzindo modelos que combatem, usando as mesmas armas que as segregam, as mulheres estão na via da "malandragem" condicionada pelo seu algoz de anos. Atuando como eles, errando como eles, mas os apontando com uma capacidade hipócrita, digna dos facistas.

Onde e em que essas mulheres diferem dos machistas? Ou de fato somos produtos do meio? Como podemos querer melhorias no mundo se damos continuidade as ações e práticas desses homens? E já que estamos na competição, na luta por igualdade, quais armas devemos usar?

Devemos ser sonhadoras? Sensiveis, mães, meigas? Arrojadas, determinadas, atuantes e maravilhosas loucas mulheres atemporais? Onde começa a "nossa loucura" onde termina a sanidade de quem desconhece o propósito?

Onde acertamos, e onde erramos. Não será necessário mais de cento e vinte anos para perceber, atualmente na velocidade do dial, mesmo com ela, sobrepoe-se a vontade dessa correria um acerto coletivo, de melhora, de avanço, de dignidade, de resgate de valores, dos bons valores, daquele que não segrega nem exclui. Sem falar em grandes pensadores, nem nos intelectuais que ajudaram a construir esse e outros séculos, sem ressaltar grandes personalidades, vamos lutando ardua e desigualmente por um espaço sociopolitico, vamos juntas ou separadas continuar em busca do nosso alvo, e mesmo sem saber para onde iremos, o que não pode acontecer é que nos percamos no meio do caminho.

E como fã ardorosa da música brasileira não posso deixar de colocar uma da música de Ivan Lins que descreve o momento atual, e vamos não separadas, mas juntas coibir o patrulhamento ideológico:


Daquilo que eu Sei
Ivan Lins

Daquilo que eu sei
Nem tudo me deu clareza
Nem tudo foi permitido
Nem tudo me deu certeza...

Daquilo que eu sei
Nem tudo foi proibido
Nem tudo me foi possível
Nem tudo foi concebido...

Não fechei os olhos
Não tapei os ouvidos
Cheirei, toquei, provei
Ah Eu!
Usei todos os sentidos
Só não lavei as mãos



E é por isso que eu me sinto
Cada vez mais limpo!
Cada vez mais limpo!
Cada vez mais limpo!
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