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quarta-feira, 23 de setembro de 2009

DIVERSIDADE SEXUAL

Quando os opostos se atraem e os iguais também.


por Silvia Kiss em Universo Butch*Colunista Estreiante*

Abro este espaço com o espírito leve e inspirado a compartilhar a dor e a alegria que só uma butch (lésbica masculina) pode ter. Mas antes, gostaria de apresentar a minha visão sobre a nossa querida e tão polêmica diversidade sexual.

A ignorância é um dos piores inimigos da humanidade e com a sua queda outros monstros cairão em seguida, como o preconceito e a cegueira que gera o ódio e a violência contra grupos. Parto do princípio de que toda generalização é burra, mas algumas características estão muito presentes na maioria de nós.
Uma delas é a dificuldade de lidar com mudanças, sejam elas quais forem. Somos educados para seguir um ideal de família. O casamento só existe se constituído por um homem e uma mulher, e filhos só são bem vindos se forem oriundos desse casamento.
Claro que os passos do tempo inexoravelmente deixam para trás tudo aquilo que for difícil de ser mantido, que deixa de ser uma verdade universal. A família ideal está caindo aos poucos, já que o número de famílias constituídas por segundos casamentos, agregando filhos e enteados, estão aumentando.
Ser mãe solteira deixou de ser sinônimo de irresponsabilidade e vergonha para galgar um status de mulher moderna e independente, mas falta muito ainda.

Mesmo dentro de um grupo de homossexuais a velha idéia taxativa de como um gay ou uma lésbica deve ser e se portar permanece e gera conflitos desnecessários.
Somos diferentes e temos dificuldade em aceitar outras diferenças. Para alguns é feio e estranho ser travesti, transexual, bissexual. Lésbica masculina só pode ficar com feminina, transexuais são gays ou lésbicas que negam a sua homossexualidade – transformando-se no sexo oposto, bissexuais são indecisos e só querem aventuras, e tantos outros mitos e absurdos que ainda reinam por aí e que devem ser extirpados através da informação e observação minuciosa dos fatos.

Todos nós temos as duas polaridades em graus diferentes - yin-yang, feminino-masculino - presentes em nossas características físicas, em nossos pensamentos, em nossas vontades e gestos.
Não há fórmulas determinantes da sexualidade de alguém e se houver, deve ser uma fórmula pra lá de complexa e cheia de variáveis, pois a diversidade de tipos, de graus de feminilidade e masculinidade, da química e atração de cada um por diversos tipos de pessoas, acabam por desconfigurar qualquer tentativa de explicação da causa dessas variações.

Precisamos somar apenas o que nos faz crescer e ter a consciência de que tudo se transforma. É necessário destilar a beleza de cada lição, de cada problema, de cada jeito de ser, e seguir em frente trajando apenas a transparência e a liberdade de escolha pelo melhor caminho, que é individual e intransferível. Ninguém pode escolher e trilhar por você.

Mesmo que muitos não entendam, hoje sou o que chamam de butch ou de lésbica “quase transexual” e se amanhã eu mudar de opinião ou de jeito de ser, ninguém terá nada a ver com isso, pois a única coisa que não me permitirei mudar é a felicidade que sinto ao mostrar a minha verdadeira face.
Não posso deixar de observar, só para finalizar, que ter conhecimento não é ter sabedoria. Sabedoria é saber formatar todo o seu conhecimento através de algo maior, chamado amor.

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